Espaço Hempadão Apresenta HemPost No blog Yuri Medeiros.
A
trilha é original. A produção é profissional e o desenho do herói já
possui camisas e uma loja pronta para clientes do mundo inteiro. Um
Super-Herói da Maconha. Em entrevista dada a Folha de São Paulo, Ziggy Marley falou sobre isso de forma bem interessante, confira:
Folha - Como surgiu a ideia para criar "Marijuanaman"?
Marley -
Queríamos colocar a maconha numa perspectiva diferente, lutar contra o
ranço negativo e falar do positivo. A maioria das sociedades no mundo
tenta demonizar a planta, mas eu acho que esta planta é um super-herói. O
Marijuanaman representa a planta como um super-herói e não como uma
droga do mal, como as sociedades tentam retratá-la.
Como eram as conversas com Joe Casey (escritor) e Jim Mahfood (ilustrador)?
A
conversa era para fazer um super-herói e não uma piada. E que fosse
além de fumar maconha. O super-herói não precisa fumar de fato, outras
pessoas fumam para ele poder ter uma conexão com a planta. Conversamos
coisas assim, para manter a filosofia, para não ficar estúpido. Há
muitas coisas de maconha que aparecem em filmes e a maioria é um
estereótipo. Não queríamos fazer um estereótipo que a indústria de
entretenimento sempre faz de alguém que fuma maconha. Queríamos fazer
diferente.
Você é fã de quadrinhos?
Sim,
quando eu estava crescendo na Jamaica, comprava alguns quadrinhos às
vezes. Meus favoritos eram "Batman" e "Homem-Aranha". Era o que tinha na
época, os favoritos de sempre.
Você não acha que os pais vão ficar horrorizados se pegarem seus filhos lendo "Marijuanaman"?
Sim,
acho que sim. Eles ficariam preocupados, claro. Porque eles estão
programados para ser contra a planta. Mas acho que é OK para eles ver
pessoas bebendo álcool ou fumando cigarros num filme, ou atirando contra
pessoas e matando gente num filme. Acho que tudo isto é OK, eles
aceitam. Mas fumar maconha, não, isto não pode. É pior do que matar
alguém com uma arma.
Marijuanaman
ganha super poderes ao ter contato com a planta, fica super veloz e
forte. Mas as pessoas que fumam maconha costumam ficar relaxadas, meio
lentas. Não é uma contradição?
Bom, ele não é
da Terra, não é como nós. Então sua reação à planta é bem diferente da
nossa. É como o Super-Homem, que veio de outro planeta e que reage ao
nosso sol amarelo, o faz mais forte.
E o que pretende abordar nas próximas histórias?
Não
quero falar ainda, mas ativismo é um elemento, a luta contra a
corrupção e a poluição. Queremos falar de estilos de vida alternativos
que não incluem poluir ou destruir a Terra.
O que acha que aconteceu de errado no plebiscito do ano passado para legalizar maconha na Califórnia?
É
tudo politicagem, sabe? É um jogo político. A maioria das pessoas que
fumam maconha não está realmente ligada em política. E elas evitam se
meter porque nosso estilo de vida é fora da politicagem. Mas, você sabe,
a planta tem muitos inimigos. Com tantos inimigos não dá para deixar a
planta florescer.
Hummm,
eu acho que vai acontecer um dia [...] Povos indígenas sabem dos
milagres das plantas. Antes dos colonizadores aparecerem para tomar
nossas terras, nós sempre usamos plantas, ervas e árvores para medicina e
espiritualidade. Da onde eu vim, se eu estou doente, eu vou ao meu
jardim e não à farmácia. E pego folhas e ervas para tratar, para fazer
chá, e funciona, sabe?
Ainda faz isto?
Um
pouco. Mas quando eu cresci, era a primeira coisa que a gente fazia.
Não ia direto ao médico. As pessoas não podiam pagar médico particular,
então a gente usava as plantas. Na época da colonização, se achava que,
porque estavam usando esta ou aquela planta como remédios, não eram
civilizados. O status ilegal da planta é resultado do que sobrou da luta
contra culturas indígenas. É uma opressão contra os povos indígenas e
suas culturas.
Pode falar um pouco sobre seu novo disco, qual foi sua inspiração?
O
álbum se chama "Wild and Free" e foi inspirado pela planta. Sabe, são
tantos anos apenas ouvindo mentiras sobre a planta. A gente só quer
contar a verdade.
Como foi a parceria com Woody Harrelson?
Foi
ótimo, Woody é um grande amigo. Ele canta na faixa-título. Ele veio me
visitar e eu disse: "Woody, escuta isto aqui, você quer cantar nesta
música?". E ele disse OK. O processo foi bem... você sabe foi ao vivo, a
gente se conectou, foi bem orgânico. Não forçamos nada, não queríamos
complicar ou ser muito críticos. Só queríamos tocar música e aproveitar,
sentir prazer.
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